O meu desenvolvimento de Competências a nível Electrotécnico



A minha entrada no mundo do trabalho deu-se entre os 16 e 18 anos, altura em que fui trabalhar na construção civil como servente de pedreiro, actividade onde aprendi algumas coisas tais como fazer massa, assentar tijolos e rebocar paredes além de aprender a organizar o meu posto de trabalho, a ser humilde, a ter em atenção os que hierarquicamente estavam acima de mim e a ter zelo pelo trabalho que faço, característica e atitude que tomo em relação a todo o tipo de trabalho que realizo.


Aos 18 anos de idade ( em 1990 ) tirei um curso de formação profissional de Electromecânico de Refrigeração no antigo FORPESCAS ( Centro de Formação para o Sector das Pescas ), hoje FOR-MAR, que concluí com aproveitamento.

O curso que foi ministrado em horário semi-laboral com aulas das 14 às 22 e teve a duração de 900 horas, a que se seguiu um estágio profissional de seis meses .
Durante o curso e como apoio à actividade de electromecânico de frio, que futuramente iríamos realiza, tivemos uma cadeira de Electricidade Teórica e outra de Práticas de Electricidade, além de uma outra de Desenho Esquemático de Electricidade .
Nas aulas teóricas aprendemos os conceitos básicos de electricidade (teoria electrónica, o átomo, as unidades eléctricas, Volt, ampere, ohm; as leis de ohm, as leis de Joule, magnetismo ) e alguns outros já de alguma complexidade, tais como a corrente contínua, a corrente alternada (monofásica e trifásica ) e os motores eléctricos. Nas aulas prácticas, montámos vários esquemas de sinalizações luminosas de defeito e avaria ( este tipo de montagens eléctricas é, em tudo, semelhante àquele empregue nos semáforos ), além de arranques de motores, conhecimentos que assimilei e que despertaram em mim a atracção por este campo da indústria.
Além das disciplinas que referi tivemos também disciplinas de Português , Inglês Técnico e Legislação Pesqueira, disciplinas que tinham em vista enriquecer o nosso conhecimento geral e facilitar a integração no mercado de trabalho .

Não tive de facto muita sorte com o curso em termos de colocação no mercado de trabalho e até porque as poucas aulas praticas e teóricas de refrigeração não possibilitaram um grande desenvolvimento na parte que toca à refrigeração em si.
Além disso, não voltei a trabalhar em refrigeração desde então ...não porque não quisesse, mas porque por causa da minha pouca idade alguns associavam-na à falta de experiência e, noutros casos havia também a questão de eu ter já ultrapassado os 20 anos, o que implicava para algumas entidades empregadoras, terem de me pagar o salário num escalão de pessoa adulta .
Logo após a conclusão do curso, estagiei nas empresas FRISSUL e TERMICA que se dedicavam uma, a FRISSUL, à distribuição e armazenamento de produtos congelados e a outra, TERMICA, `a reparação e manutenção de equipamentos frigoríficos, nomeadamente de arcas, armários e vitrinas frigoríficas (ambas as empresas eram pertença do mesmo proprietário, funcionando as duas no mesmo recinto ).

Do curso e do estágio, a nível de refrigeração aprendí igualmente pouco .

Aquilo que posso ressalvar é que ao nível da electricidade, tanto ao nível teórico como prático, pude aproveitar imenso, até porque essa tem sido fundamentalmente a minha área de trabalho, aquela em que também com dedicação, empenho e auto didactismo tenho investido os meus melhores esforços. Trabalhei primeiro como ajudante, depois como pré-oficial e ultimamente já como electricista .
No âmbito desta profissão, quando me refiro ao meu empenho e dedicação ( e até a algum auto didactismo ) falo de todos os esforços por mim encetados, até à data, com o intuito de adquirir conhecimentos teóricos e práticos nesta área .
Assim sendo, com o passar dos anos fui procurando valorizar os meus conhecimentos, adquirindo livros, estudando por mim mesmo .e fazendo muitas das montagens básicas que um electricista deve saber fazer, em casa, tais como derivações simples, comutações de lustre, comutações de escada, comutações de escada com inversor, comutações de escada duplas, além de alguns outros esquemas de iluminação, e ligação de campainhas e inclusive ligações de automáticos de escada e telerruptores . .

Além desta auto-formação também tenho desenvolvido algumas competências na área da serralharia, tendo inclusive aprendido a soldar com o auxílio de livros, e algumas explicações e muita prática individual em casa, onde tenho uma oficina na qual posso com os equipamentos e materiais necessários que possuo, fazer a prática simulada de instalações e métodos de trabalho que depois transponho para o local de trabalho.
Tenho visitado feiras industriais como a SIMAC (bienal ) ou a TEKTONICA (anual ) para me inteirar dos novos avanços em termos de equipamentos e muito naturalmente utilizado a internet, consultando os sítios e os manuais dos fabricantes .

No plano deontológico e legal faço uso dos regulamentos técnicos tanto para as instalações eléctricas em edifícios colectivos como para as de telecomunicações em edifícios (nomeadamente os novos regulamentos ITED - Infrastruturas de Telecomunicações em Edifícios ) .

Refiro que os regulamentos ITED surgiram como resposta á evolução no campo das tecnologias de informação para permitir dotar os edifícios a nível da construção, de estruturas que permitissem a inclusão daquelas tecnologias evitando obras adicionais .

É na perspectiva de qualquer electricista, e mesmo de alguém que projecta uma instalação eléctrica, de suma importância conhecer as normas legais e técnicas que regem a sua profissão bem como as normas e regulamentos de segurança a ela associados .
Isto, porque a correcta utilização e aplicação das regras técnicas ou não , afectará os utilizadores finais, que são os eventuais utilizadores da instalação eléctrica, pois para além do conforto, da comodidade, e do bem-estar que a electricidade nos proporciona este bem acarreta também vários perigos, que poderão afectar a segurança de pessoas e bens ( tais como incêndio e electrocussão por exemplo ).

Na minha vida profissional e nas actividades que desenvolvo costumo reger-me tanto pelas normas legais que regulam as actividades que desempenho em si, pelas normas de segurança, como por aquelas que pelo sentido do dever para com as entidades empregadoras se impõem tais como chegar assídua e pontualmente ao local de trabalho, cumprir com empenho e zelo as funções que me são outorgadas e as tarefas que me são atribuídas, manter um respeito saudável relativamente à entidade empregadora e aos meus superiores hierárquicos etc...
Identifico-me com estes valores pois eles ajudam a manter a ordem e a organização no local de trabalho, minimizando os conflitos, o que contribui para que haja uma maior produtividade da própria empresa .
Em acréscimo refiro a importância que têm , ainda que por vezes não seja do agrado de alguns técnicos, a existência de entidades certificadoras como a CERTIEL ou a Direcção Geral de Energia, responsável pela implementação e harmonização das normas e regulamentos que regem este sector .
As normas portuguesas NP baseiam-se nas normas EN da CENELEC ou comissão Electrotécnica Europeia, que por sua vez orienta as suas disposições pelas da IEC (Comissão electrotécnica Internacional). Estas normas são adaptadas aos locais de utilização de energia eléctrica bem como ao tipo de utentes mais prováveis do mesmo .
Existe também um código de conduta para os técnicos que prevê coimas e sanções para os técnicos que não cumpram as regras e que prevêem em ultima instância a cassação da licença ou da carteira profissional.

O campo da indústria Electrotécnica é bastante amplo, abrangendo não só as diversas instalações colectivas, mas incluindo também instalações de detecção de incêndio e de telecomunicações ( que dispõem de regulamentos próprios ) de ventilação entre outros.

É importante adiantar também que nos anos mais recentes a tendência da normalização seja das regras técnicas, seja dos materiais, tem tido em conta as preocupações ambientais e a poupança de energia e, em alguns casos, vai no sentido da aplicação de energias alternativas renováveis (são aquelas que se renovam e portanto não são um recurso esgotável como o petróleo) para a produção de energia eléctrica .

- No contexto profissional organizo o trabalho da seguinte maneira :

- Vou a casa dos clientes munido de um bloco de papel, uma fita métrica e procuro averiguar quais são as suas necessidades, levando as ferramentas necessárias (quando se trata de verificar e reparar uma avaria ).
No caso de efectuar uma instalação eléctrica: faço primeiro um croquis e um pequeno estudo de avaliação do trabalho e do material necessário para depois, de acordo com as necessidades, procurar dar um orçamento geral da obra.
Seguidamente tento fazer uma planta na qual implanto um esquema de ligações e procuro fazer o meu trabalho tendo por base a planta ( cada circuito eléctrico corresponde a um desenho e planta que integra os símbolos referentes a esse esquema ), atendendo sempre às normas técnico-legais bem como aquelas respeitantes aos riscos eléctricos (electrocussão , incêndios entre outros ) .
Sobreponho sempre os regulamentos de segurança aos interesses do cliente, se estes colidirem com aquelas regras, procurando também fazer o meu trabalho de forma asseada e organizada , não privando o cliente do seu conforto e minimizando o impacto do meu trabalho na sua vida e hábitos diários. Se não puder concluir o trabalho naquele dia, tomo as devidas precauções para deixar a área de trabalho sem carga eléctrica ( ou seja deixo tudo desligado ), evitando também que aquela área possa, de algum modo, durante a minha ausência, ficar em carga .

- Só efectuo a ligação da área ao quadro de alimentação depois de concluídos todos os trabalhos para evitar que alguém ligue, acidentalmente, o quadro. Como norma geral não efectuo trabalhos em carga, só procedo à ligação dos vários dispositivos à linha eléctrica, em condições de segurança no fim dos trabalhos e tenho também em atenção a existência ou não de crianças nas casa dos clientes, orientando a planificação original do trabalho tendo este factor em conta .

No contexto de outros trabalhos, refiro-me àqueles que efectuo nas obras de construção, tenho em conta o nível de saberes dos outros, embora saiba, que isto sendo uma achega não é um dado de absoluta segurança e garantia contra possíveis riscos .
Confiro e verifico o trabalho dos outros antes de começar a trabalhar e quando por razões profissionais este me é outorgado para que o continue e verifico se está tudo bem ligado e de acordo com as normas actuais .
Acho que o trabalho de equipa é importante tanto no ramo da construção como noutros domínios de actividade pois o trabalho se for bem coordenado torna-se mais rápido e melhor estruturado .
Uma grande parte da minha vida laboral, pese a minha incursão noutras áreas de actividade , tem-se feito na construção civil, razão pela qual não poderia deixar de referir esta área.

Nesta área da electricidade de construção civil trabalhei como ajudante, como pré-oficial e finalmente como electricista em várias obras importantes tais como as obras da Expo, as da Caixa Geral de Depósitos, as do Colombo e nas do Jumbo de Alfragide, e as do túnel do Rossio, entre outras. Neste momento encontro-me em fase de obtenção de carteira profissional.
Esta é uma área de que eu gosto e onde, até muito recentemente, tenho trabalhado. .
Apresento uma apresentação que fiz durante o meu processso de RVCC ( que me permitiu concluir o 12ºano) sobre o modo como a electricidade chega às nossas casas.
Como a electricidade chega ás nossas casas2

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